A Praia da Vitória neste ano de 2025, comemora o seu 44.º aniversário de elevação a cidade , que decorreu em 20 de junho de 1981.
Somos um povo resiliente que já enfrentou em toda a sua história várias situações que fizeram tremer os seus alicerces. Enfrentamos batalhas, grandes sismos que levaram à caída da Praia, e nos últimos anos continuamos arrastando o peso do atraso de desenvolvimento deixado pelo abandono em parte da comunidade Americana que movia a vida e economia local.
Na realidade não conseguimos ainda reinventar novos projetos que sejam o arranque de uma nova era para a nossa cidade e concelho. As freguesias e vila têm desenvolvido estratégias de envolvimento social a que a cidade fica alheia. Nós Praienses, assistimos apáticos. São poucos os que tem voz e são ouvidos. Não estamos a apostar na massa crítica construtiva que são alavancas para o desenvolvimento.
Falamos de uma baía única e com um potencial riquíssimo que se fica por pequenas atividades esporádicas. Não fazemos promoção deste recurso internamente. Não se criam elos de ligação fortes entre mar e terra. É preciso promover com mais afinco a prática desportiva no mar. Aplaudindo quem já o faz através da Associação de Surf da Ilha Terceira ou do Clube Naval da Praia da Vitória.
Os nossos jovens vivem quase de costas viradas para o mar. Espera-se sempre que as escolas e as instituições promovam este contato. Onde está o nosso papel social enquanto cidade? Que futuro queremos?
Quem reflete sobre os jovens que: Preferem ir para outros locais da ilha do que permanecer na sua localidade? Que sentem um vazio enorme de atividades e locais de interesse? Serão apenas as escolas responsáveis e os clubes desportivos (que por agora) conseguem congregar este escalão etário.
Será que as gerações futuras terão memórias para contar? Estamos a preservar a nossa história? Prevejo, que teremos um tempo sem quase memórias e em que a Praia foi vista como apenas uma casa de férias para os locais e visitantes em tempo de verão!
Não é isso que quero para a minha cidade, que me viu nascer e crescer. Quero mais e quero que os restantes Praienses ,assim o queiram, também. Defendendo as ruas, a nossa história e a nossa identidade criativa. Já fomos palco dos maiores eventos culturais, vimos nascer pessoas de renome que voaram para novos rumos. Fomos promotores de Sonhos e Magia nas maiores festas da nossa ilha. A qualidade artística e criativa do Ramo Grande deve ser valorizada, aplaudida e reconstituída. Se já fomos os primeiros queremos ser de novo.
Desejo que a nossa cidade volte a ter voz e a ter pessoas que a Amem sem dizê-lo em tom baixo e com a voz trémula. Sejamos tanto corajosos como quem lutou na Batalha de 11 de Agosto!
Carla Félix, Diretora Adjunta


