O 25 de Abril de 1974, a Revolução dos Cravos, faz no próximo dia 25 de Abril, 50 anos, revolução “que se quis diferente de qualquer outra. Pelo nome, por esses cravos vermelhos que encarnam a Primavera, a sua seiva e eflorescência”, e embriagou o povo de liberdade, negada durante a longa noite fascista, que na madrugada de 25 de Abril de 1974, foi derrubada, terminando assim a ditadura mais antiga da Europa Ocidental, praticamente sem derramamento de sangue.
Um também importante legado do 25 de Abril, foi pôr termo à guerra colonial, que entre 1961 e 1974, obrigou a juventude portuguesa a receber um camuflado e uma espingarda automática G3, e sendo forçados a irem para as colónias portuguesas de África para lutarem contra os movimentos de libertação das colónias, quando as principais potências coloniais da Europa já tinham aberto a “mão aos seus impérios”, a ditadura de Salazar não alterou a política que vinha praticando, e considerava Portugal um país uno desde o “Minho a Timor”, o que implicou uma guerra colonial injusta e sangrenta, onde participaram 800 mil jovens portugueses, e faleceram 9 mil, ficaram mutilados 100 mil, e desertaram 10 mil militares, por isso o fim da guerra colonial e a libertação das colónias portuguesas se deve ao 25 de Abril.
À Revolução dos Cravos, deve-se ao papel primordial desempenhado pelos militares, esse “Movimento das Forças Armadas”, alicerçado por jovens capitães mais politizados em instaurar e perpetuar a democratização no país, a descolonizar e desenvolver social e economicamente o território português, que se encontrava de costas voltadas para a Europa dominada pela liberdade, pela democracia e pela solidariedade. Volvidos 50 anos, a duração da democracia portuguesa, ultrapassou a ditadura em Março de 2022.
As autonomias político/administrativas da Madeira e dos Açores, são também uma consequência do 25 de Abril, que durante a ditadura Salazarista e Marcelista colonizou arduamente os Açores e a Madeira, onde a ausência de liberdades públicas e de eleições livres condicionaram a vontade dos povos das ilhas, a livre administração dos Açores e da Madeira, pelos açorianos e pelos madeirenses.
As autonomias regionais dos Açores e da Madeira, são resultado vivo e sensível da magia de 25 de Abril, e devem ser acarinhadas, desenvolvidas progressivamente para o bem dos Açores, da Madeira e das suas gentes.
Sebastião Lima, Diretor
