Nos passados dias 28, 29 e 30 de Abril, decorreu o I Congresso dos Jornalistas dos Açores, na Ilha de São Miguel, e na sessão de abertura, na aula magna da Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, contou com uma importante mensagem vídeo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Passados que são 40 anos da realização do primeiro encontro de jornalistas açorianos, era extremamente importante fazer uma nova análise, e uma nova reflexão profunda, um debate aberto na sociedade açoriana sobre o jornalismo que temos, e o jornalismo que pretendemos, e para que o encerramento – perda de títulos – de jornais locais e regionais que têm sucedido nestas últimas décadas seja estacando, dando-se condições à nova geração de jornalistas açorianos, de fazer melhor e de forma diferente, perante os novos desafios surgidos com a evolução dos tempos, v. g. era digital, computadores e inteligência artificial, contribuindo de forma primordial para o desenvolvimento cultural, social, económico e político, porque só um jornalismo rigoroso, consegue combater a desinformação que paira radicalmente sobre tudo e todos, através das redes sociais, da internet, sem quaisquer regras, onde jorra constantemente fake news, que em nada contribuem para a paz familiar, social e política, que deve imperar nas sociedades dos nossos dias, como condição sine qua non ao serviço da verdade, para “robustecer a democracia, a cidadania e o escrutínio público”, porque não há democracia, nem verdade, sem jornalismo sério e activo, que lute sempre ao lado da transparência, da imparcialidade, numa atmosfera pesada por tempos de crises económicas, de guerras e de pandemias, porque “o jornalismo é o último reduto da liberdade abafada em várias partes do mundo”, infelizmente gerando discórdias, e males de difícil solução.
O congresso foi uma forma de dar a conhecer o que se faz nestas paragens, com meios escassos, com enormes dificuldades com que se debatem os nossos jornalistas, apostando em soluções assertivas, mas de difícil concretização que exigem o apoio das entidades governativas que nos regem, porque “quem semeia pouco, pouco colhe, mas sempre colhe, e quem muito, muito…”.
Os desafios actuais com que se debatem os jornalistas açorianos, são de várias ordens, de várias índoles e neste congresso foi oportuno abordá-las “para uma reflexão séria e serena por parte de todos os profissionais acompanhada pelo olhar da cidadania activa das instituições”, porque uma localidade, uma região, uma nação sem jornalistas, nem jornais, torna-se incontrolável ou mesmo ingovernável na verdadeira acepção da palavra.
A Região Autónoma dos Açores, é sem dúvida um espaço muito fértil para o jornalismo, por isso, deve-se dar condições para que possa prosperar, a sementeira está feita é preciso cuidar dela, para se obter uma boa colheita.
Sebastião Lima, Diretor