No dia 4 de Fevereiro, o povo açoriano foi às urnas para eleger os deputados à Assembleia Legislativa Regional, e a Aliança Democrática AD (PSD/CDS/PPM), ganhou as eleições, mas sem maioria absoluta, a AD conseguiu 26 deputados, o PS conseguiu 23 deputados, o Chega conseguiu 5 deputados, o Bloco de Esquerda conseguiu 1 deputado, a Iniciativa Liberal- IL conseguiu 1 deputado e o PAN conseguiu 1 deputado, a CDU volta a não eleger deputados, o que era de esperar, tendo em conta as posição retrogradas tomadas pelo partido comunista português em relação à guerra da Ucrânia e à NATO.
As eleições regionais decorreram de forma de importação, o povo foi soberano nas suas escolhas, a democracia trabalhou, e o tempo das maiorias absolutas ficou para a história.
Não havendo uma maioria absoluta por parte da AD, não é nenhuma catástrofe, pois o novo governo para lidar com este recente espectro político implica que tenha de dialogar com as restantes forças partidárias com representação parlamentar, de forma que aqueles adversários tenham com civilidade e cortesia com o fim de se obter consensos que defendem os interesses do povo, os interesses da Região Autónoma dos Açores, acima de quaisquer quezilas e pretensões meramente partidárias, pois quem está na política tem o dever ético de servir o próximo, a comunidade e não de se servir a si mesmo, como infelizmente muitas vezes acontece.
Na política deve haver adversários, e não inimigos, deve haver debate de ideias e de soluções, e o direito relativo ao contraditório, mas não deve haver batalhas mal-intencionadas, iradas e infrutíferas, competitivas à democracia e à autonomia que as transformam num verdadeiro campo de batalha, pois o fim da autonomia política administrativa dos Açores é o bem de todos e não a felicidade de alguns.
Neste mês de Fevereiro, celebra-se o dia Mundial do Doente, e esperamos que o novo Parlamento e Governo Regional, saídos destas últimas eleições, prossigam uma verdadeira política de saúde, nomeadamente no combate às listas de esperança, garantindo médicos de família a todos os açorianos, a cuidar dos mais frágeis, dos mais idosos e dos menores, participando com compaixão de quem passa pela experiência da fragilidade física. O Papa Francisco lembra nas suas doutas palavras, que “na doença, a pessoa sente-se comprometida, não só na sua integridade física, mas também nas várias dimensões da sua vida relacional, intelectual, afectiva, espiritual; e por isso, além das terapias, espera amparo, solicitude, atenção, em suma, amor. Além disso, junto do doente, há uma família que sofre e pede, também ela, conforto e proximidade”, fatos que os eleitos pelo povo açoriano não podem ignorar.
Sebastião Lima, Diretor