Caros leitores, no passado dia 28 de julho do ano da graça de 2022 ocorreu celebração que, porventura, poderá ter passado despercebida a muita gente. O nosso bom amigo João Costa, também conhecido a nível local, regional e internacional como “João da Foto Iris”, celebrou 50 anos de carreira. Um feito notável que, infelizmente, muitos não têm a alegria de atingir.
Há quem conheça o João só na cultura popular, nas festas e touradas, onde é também muito acarinhado pela ilha toda (e por essa diáspora fora). O nosso amigo é sem dúvida um homem da terra que aproveita bem as suas tradições. Mas se calhar muitos não sabem que, talvez pela experiência de vida, ele faz questão de guardar a maquinaria fotográfica toda antes de comer uma bifana e… beber uma cerveja!
Sim, o João tem de ir guardar as máquinas fotográficas, porque delas depende, e com elas criou os seus quatro filhos, com o apoio da sua companheira de vida Lúcia do Natal Borges Dinis Costa. Homem de pouco dormir, e até aposto, em jeito de brincadeira, que durante anos o nosso João colocou a máquina antes de vestir a camisa ou as meias, e não dizemos outra peça para não sermos indelicados… Hoje em dia, com os seus 64 anos, quase de certeza que a primeira peça que o João coloca são os óculos, porque sem eles não vê máquina, nem nada… Mas depois de estar equipado o João é homem de trabalho a sério!
João Costa tem muitos sucessos e muito suor nos seus 50 anos dedicados à fotografia. Através da empresa familiar “Foto Iris”, ou para terceiros, foram publicadas inúmeras obras literárias contendo a sua arte, fotografias que vão além do tecnológico, apenas possíveis pela sensibilidade e conhecimento de uma família de fotógrafos, e muitas disparadas pela sua mão. São dignos exemplos do seu trabalho o registo histórico dos grandes sismos de 1980 e 1998, que afetaram principalmente o grupo central destas ilhas Açorianas, e o trabalho de divulgação na área da tauromaquia. Na ilha Terceira, quem nunca viu as cadernetas de tauromaquia ou baralhos de cartas de toiros? Além disso, o João fotografou ainda para livros de culinária, o que deve ter sido uma dificuldade, sabendo nós quão boa boca ele é!
Essa é outra faceta talvez menos conhecida, pois este amigo é um óptimo cozinheiro, tanto em casa para a família toda, como em festas para os amigos e conhecidos. Mas apesar dessa ser uma qualidade muito útil (que o diga D.ª Lúcia e filhos), vamos realçar uma outra, que por esta altura está enraizada, em especial na nossa ilha Terceira, mas também noutras ilhas. Além de “João da Foto Iris”, também existe outra alcunha, provavelmente a mais carinhosa: “Jony”! O Jony faz parte da infância de imensas crianças Açorianas, que, ano após ano fotografou na creche, no jardim de infância, na primária, no ciclo, até à idade de “sou velho demais para isso”. Se é certo que não fazia mais que o seu trabalho, também é certo que poucos teriam o engenho de lidar com crianças com a alegria e paciência que o “Jony” ainda hoje tem. É por isso que muitas delas correm para dar um “choca” ao Jony. O João viu muitos crescer do “dá cá cinco” ao aperto de mão e ao abraço…
Amigo, esta última faceta eleva-te a um patamar de muita responsabilidade, pois é como se fizesses parte do imaginário colectivo dessas gerações, desta terra e destas gentes. Obrigado pelo teu trabalho, pois o seu sucesso reflete-se na nossa magnifica Praia da Vitória. Como este jornal apenas tem 40 anos permite-nos finalizar com um conselho, parafraseando outro amigo do Jornal da Praia: João da Foto Iris, Jony, “com sessenta ainda se tenta, com setenta já só se senta!”, por isso, aproveita a vida nosso amigo João Costa! Tens a sorte de a ter vivido e disfrutado com a máquina numa mão, a Ilha na outra, e a família abraçada no peito, junto ao coração! Aquele Abraço Praiense!
Luis Moniz, Diretor Adjunto
