No passado dia 9 de Setembro de 2022, no Lar D. Pedro V, faleceu um dos mais ilustres filhos da Praia, Olivério José Ribeiro de Sousa, por quem a sua Praia, com dor e tristeza se despediu dele e do seu convívio terreno, exprimindo sentidas condolências aos seus familiares por este bom amigo e companheiro, sempre sereno e bem disposto, sempre pronto a servir o próximo.
Olivério Ribeiro, como vulgarmente era conhecido, nasceu no dia 3 de Setembro de 1934, na freguesia de Santa Cruz, concelho da Praia da Vitória, no seio de uma antiga e prestigiada família do Ramo Grande.
Aos 18 anos de idade, começou a trabalhar por conta das Feusaçores e passados dois anos, foi trabalhar como bibliotecário por conta da Câmara Municipal da Praia da Vitória, na Biblioteca Municipal Silvestre Ribeiro, onde desempenhou de forma exemplar as suas funções até à reforma.
Foi atleta do União Desportiva Praiense, o seu clube de coração, jogou futebol nos Juvenis e nos Seniores, e também foi um dedicado dirigente dos seus Brancos da Praia, ou seja, o União Desportiva Praiense, e se se tivesse tido sempre dirigentes da estirpe do Olivério Ribeiro, o União Desportiva Praiense, ainda hoje continuava a participar nas provas desportivas de futebol promovidas pela Associação de Futebol de Angra do Heroísmo, o que infelizmente há vários anos deixou de suceder.
Desempenhou o cargo de digno representante do União Desportiva Praiense, na Associação de Futebol de Angra do Heroísmo, durante várias épocas desportivas.
Pertenceu ao Corpo Nacional de Escutas do Agrupamento XXIII, da freguesia de Santa Cruz, concelho da Praia da Vitória, foi lobito, explorador e caminheiro, e enquanto escuteiro principiou a revelar grande talento para cantar, o que sucedia nomeadamente nos fogos do conselho durante os acampamentos de verão promovidos pelo Agrupamento XXIII do C.N.E., demonstrando promotoras qualidades de uma existência livre e gloriosa no cântico, para ser reconhecido como efectivamente foi, um dos nossos melhores artistas.
O dom nato que tinha para cantar, aperfeiçoou-se de forma assombrosa ao longo da sua vida, destacando-se espectacularmente ao participar no Grupo Coral da Matriz de Santa Cruz da Praia da Vitória, e na fundação do célebre conjunto terceirense “Os Bárbaros” em 1967, do qual foi vocalista, conjuntamente com Ezequiel Silva, (na viola a solo), Francisco Gabriel Carvalho, (na trompete, mais tarde no órgão), Jorge Moço, (na bateria), João Manuel Pereira, (na viola-baixo), e mais tarde aderiu a este conjunto musical, Paulo Azera, (na viola-ritmo).
“Os Bárbaros” como um dos melhores conjuntos de sempre da nossa Praia da Vitória, e mesmo da Ilha Terceira, teve inúmeras actuações por toda a Ilha Terceira, várias digressões ao Faial, Graciosa e Santa Maria, e participou no primeiro Festival de Música Rock, realizado na Praia da Riviera, na Praia da Vitória, no verão de 1976, e em 1995, “Os Bárbaros” voltam-se a reunir para actuar nas festas da cidade da Praia da Vitória, a convite da então comissão de festas e estiveram presentes os seguintes elementos: Ezequiel Silva, Olivério Ribeiro, Paulo Azera, António Fernando, João Macedo, Jorge Marques, Hélio Rocha, Juvenal Medeiros, Rui Gomes, Rui Bettencourt e Betinho.
Olivério Ribeiro, por ter uma voz de “tuba canora e belicosa/que o peito acende e a cor ao gesto muda”, foi o interprete da marcha oficial do Sport Club Lusitânia, cujo a agravação perpetuará a sua voz inconfundível, o seu caracter único e ímpar, ao serviço dos outros e das associações, que serviu de forma exemplar.
Com a sua grandíloqua voz destacou-se ao participar no Orfeão da Praia da Vitória, fundado no dia 6 de Março de 1993 e no Grupo Folclórico “A Sapateia”, fundado na Praia da Vitória, aquando do sismo de 1980, com a nobre finalidade de angariar fundos para a reconstrução da Matriz de Santa Cruz da Praia da Vitória.
Agradecemos ao Olivério Ribeiro os muitos e bons trabalhos que nos legou, e que da lei da morte certamente se libertou.
O Jornal da Praia, a sua Direcção, ficam eternamente agradecidos, caro Olivério Ribeiro, pelo teu engenho, pela tua amizade e pelo testemunho de amor à Praia da Vitória, que sempre demonstraste e, que jamais podemos esquecer.
À família enlutada, o Jornal da Praia apresenta os mais sinceros pêsames.
Sebastião Lima, Diretor