Diretor: Sebastião Lima
Diretora Adjunta: Carla Félix
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Caros leitores, cabe a todos nós cidadãos defender a nossa terra. Chamem bairrista, chamem-lhe o que quiserem, mas é uma responsabilidade individual que isolada parece pouco, mas em conjunto faz efeito. Por analogia, um voto é pouco, um concelho já é muito significativo, e o concelho de Praia da Vitória, por proporção simples de população, elege pelo menos quatro deputados dos dez da ilha Terceira, tantos quantos elegem as ilhas do Pico ou Faial. A verdade é que não é dada a devida importância e investimento ao nosso concelho. Porquê? Será que não somos unidos?

Um exemplo de pormenor: Este ano no já tradicional torneio de futebol do Ramo Grande fomos informados de que no escalão de sub-13 não foram convidadas equipas do concelho da Praia, para além de, obviamente, o clube organizador, Juventude Desportiva Lajense. Pelo carinho especial que sentimos pela Vila das Lajes, é com mágoa que partilhamos a opinião comum, que temos ouvido por aí, de que é ilógico não convidar os amigos, colegas de escola e conterrâneos daqueles atletas, estendendo-lhes também essa experiência de competição. Sendo certo que a organização é soberana, não fará sentido que o investimento público da câmara e do desporto tenha como retorno mínimo desportivo a inclusão das equipas de formação da ilha Terceira? Sendo este quinzenal um optimista (senão talvez já tivesse perecido), acreditamos que, como a procissão ainda vai no adro, a organização ainda vai bem a tempo de repensar o torneio de 2023.
Infelizmente são estas e outras provas de divisão, que levam Jornal da Praia a estar convicto de que a desunião dos Praienses é, desde há muito, uma das principais causas do desinteresse governamental em investir no concelho. Mais uma vez, voltamos a realçar fatores que são vitais, mas muitos teimam em ignorar: A câmara da Praia pagou a sua marina e o seu estádio, Angra tem um estádio e uma marina construídos e mantidos pelo governo; Angra tem diversos serviços com centenas de funcionários públicos como o hospital, três secretarias, diversas direções regionais, a vice-presidência do governo, o museu, a biblioteca publica, a segurança social, a proteção civil, o representante da republica, as delegações de deputados, entre outros. Está-se a construir um acrescento ao porto Pipas em Angra para quê? Durante décadas os Praienses vieram apanhar barco a Angra, mas os Angrenses agora não o podem fazer na Praia? Até parece que a nossa ilha é uma Austrália! Porque nunca se ponderou a construção do hospital ao pé do aeroporto? Evitava-se discutir um heliporto em Angra, pois o hospital serve mais população além Terceira, isto é, se juntarmos a população de São Jorge e Graciosa com a da Praia se calhar justificava ser ao pé do aeroporto… E por falar em aeroportos, já repararam que quando viajam para o Faial, vão para a HOR (Horta), para São Miguel, vão para PDL (Ponta Delgada), mas para a Terceira viajam para TER, e não para a Praia da Vitória ou Lajes? (ah sim, mas na Ryanair diz Lajes; sim, Terceira Lajes!). Quase que apostamos que se o aeroporto fosse em Angra aparecia na televisão AHE…
Desculpem os nossos amigos Angrenses, mas enquanto não olharmos para Terceira (até para o grupo central) em conjunto, jamais contrabalançaremos o peso do poder da ilha “vocês sabem quem” (só para quem leu/viu Harry Potter).
Divididos estamos facilmente esquecidos, mas unidos, desde os areais de Santa Cruz às piscinas dos Biscoitos e Porto Martins, impulsionados por todo o Ramo Grande, coração do concelho da Praia da Vitória, é difícil haver quem nos possa ignorar! E até arriscamos, que dificilmente haverá quem possa governar os Açores, pelo menos em sossego…
Mudando o disco para o lado do samba descontraído, partilhamos um magnifico segredo: “Este ano vai haver Carnaval na Terceira!!! Psiu! Na se diz anda a ninguém, ninnnnguém!”. Bem, antes que isto pareça um verdadeiro enredo, clarificamos que estávamos em mera brincadeira, por isso não se preocupem, sim vai haver Carnaval, e não, não é segredo! Um sincero desejo que tudo corra bem aos grupos de danças e bailinhos, que São Pedro ajude, e que Deus dê saúde (e vontade) para o povo sair à rua e encher os salões, para ver e receber essa gente que tanto se dedica à celebração do nosso tradicional Entrudo.
Ainda no espírito Carnavalesco, não resistimos a lançar uma boca do tipo ratão de bailinho: “Sabiam que o Carnaval na função publica é mais tolerante do que se pensa, mas na privada as coisas são mais sérias? É que para ir ao Carnaval no público tem tolerância e dispensa, mas na privada só com férias…”.
Caros leitores e amigos deste Jornal, nunca sabemos quando é última vez, a última oportunidade de ser útil à nossa terra, de ser uma voz diferente, inconformada, mas honesta, e, por isso, nos sons das letras que saem desta mão, sistematicamente, nos ouvem a defender a Praia, até que a língua nos caia. E sempre, mas sempre, nos despedimos com o amor à Praia, d’Aquele Abraço Praiense!

Luís Moniz, Diretor Adjunto

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Acerca do Jornal da Praia

Este jornal é um quinzenário de informação geral que tem por objetivo a divulgação de factos, opiniões, debates, ideias, pessoas, tendências, sensibilidades, em todos os domínios que possam ser importantes para a construção de uma sociedade mais justa, livre, culta, inconformada e criativa na Região Autónoma dos Açores.

Este jornal empenha-se fortemente na unidade efetiva entre todas as ilhas dos Açores, independentemente da sua dimensão e número de residentes, podendo mesmo dar atenção primordial às ilhas de menores recursos, desde que tal postura não prejudique a implantação global do quinzenário no arquipélago dos Açores.

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