Ao iniciarmos o novo ano (2025), infelizmente não se perspectivam grandes esperanças e grandes confianças no futuro, uma frescura sempre ansiada para a construção de uma sociedade melhor, mas quase sempre adiada para frustração de todos.
A desinformação e as mentiras proliferam e muitas vezes glorificam, germinando o caos, a guerra, a fome e a miséria, que afectam essencialmente os mais pobres e desprotegidos da nossa sociedade, não só aumentando os pobres que vivem abaixo do limiar da pobreza, que teima em persistir, e também cresce o número dos sem abrigo, ora este quadro nefasto é vergonhoso e devia-nos mobilizar para reagirmos radicalmente na luta em prol da sua eliminação.
Na política imperam ainda, mesmo nos sistemas democráticos alguns resquícios de péssimos governantes, que só pensam em defender os seus próprios interesses “imediatos e palpáveis para satisfazer ansiosas e insaciáveis clientelas políticas”, não promovendo reformas estruturais essenciais que germinam em plausíveis resultados a médio e longo prazo, porque têm medo de perder o poder, lançando para segundo plano o bem estar e os legítimos interesses do povo, que os elegeram, o que desemboca no aumento de populismo, quer de direita, quer de esquerda, que infelizmente se alastra drasticamente pelo nosso mundo.
Imagens televisíveis arrepiantes continuam a invadir as nossas casas, com guerras atrozes, em várias partes do mundo, genocídios cruéis, actos terroristas abomináveis, gerando medo nos povos, provocando dolorosos danos e sofrimentos, que afectam essencialmente as crianças, os idosos e os doentes.
A violência tem também germinado em Portugal e para parafrasear a nossa colaboradora Dr.ª Xénia Leonardo, a violência “apareceu como nova forma de expressão linguística. Nas manifestações, nos protestos, nas greves, não se partiam vitrinas, não se queimavam carros, autocarros ou caixotes do lixo, não se apedrejavam transportes públicos e as pessoas que neles circulavam, não se queimavam pessoas vivas…”
A ganância continua a mover o mundo, as elites capitalistas lutando ferozmente pela protecção da propriedade privada, precisam muito dos povos, pois são estes que farão o trabalho – com baixos salários – porque tem de haver pobres para se manterem opulentas e que têm por meta que “o egoísmo e a cupidez são o princípio da vida”.
Os governantes mundiais em geral, e os do nosso país, e das nossas regiões autónomas em particular, neste novo ano, têm de rasgar novos rumos e novas mudanças sociais, políticas e económicas para que haja paz, liberdade, solidariedade e prosperidade, não podendo ninguém ficar para trás, para que todos beneficiem de forma equitativa desses bons e esperados resultados sociais e económicos, que germinarão certamente na paz perene que tanto se anseia.
Para terminar, resta-nos desejar em nome do directório do Jornal da Praia, aos nossos colaboradores, assinantes e leitores um Bom Ano.
Sebastião Lima, Diretor